Nesse sentido, para que se possa adentrar aos conceitos da habilidade motora aplicada ao Basquetebol, inicia-se pela esteira do desenvolvimento motor, que se constitui num processo contínuo, iniciado ainda na fase uterina e que só cessa com a morte, onde o desenvolvimento motor é a contínua alteração no comportamento ao longo do ciclo da vida, realizado pela interação entre as necessidades da tarefa, da individualidade biológica do praticante e as condições que o meio proporciona.
As habilidades motoras, por sua vez, podem ser divididas e - a habilidade motora geral - que se apresenta como um processo subjacente ao desenvolvimento motor, comum, de controle de um movimento e, a - habilidade motora específica - que se apresenta numa forma de precisão e controle no desempenho de um movimento especial, aplicado, tal como recepcionar a bola num passe, driblar, passar uma bola com precisão e destreza a um companheiro que se encontra em más condições de recepção e etc. Ressalta-se que as crianças devem obter proficiência nas habilidades motoras gerais, antes de desenvolverem as habilidades motoras finas e específicas.
Quando se trata de habilidades de movimento especializado, fala-se da associação dos movimentos maduros e refinados e de movimentos complexos e especiais, adaptados às exigências de uma atividade desportiva, a exemplo daquelas relacionadas ao Basquetebol. Logo, uma das primeiras considerações no fomento das habilidades motoras no Basquetebol relaciona-se à questão do ambiente em que esta pode ser praticada e, portanto, onde elas se desenvolverão. Estes ambientes podem ser classificados de duas formas básicas, estando elas conexas ou desconexas à estabilidade deste cenário. E são elas:
Primeiro, a - habilidade motora fechada - que se caracteriza quando o objeto sobre o qual se age não se altera durante o desempenho da habilidade motora, a exemplo do lance livre, por configurar-se em um alvo fixo; e, a - habilidade motora aberta - caracterizada quando o objeto e/ou o contexto variam durante o desempenho da habilidade motora, a exemplo de um passe que deve atingir o companheiro em movimento, ou no caso da bandeja, que é realizada em movimento, mas, o alvo permanece fixo e o contexto varia (GALLAHUE e OZMUM, 2003).
Quanto à natureza, as habilidades motoras podem ser classificadas em - habilidade motora discreta - que tem início e o ponto final, definidos (como arremessar uma bola em direção à cesta, parado); as - habilidades motoras seriadas - que consistem na integração de várias habilidades motoras discretas (como correr e receber um passe); e, por fim, as - habilidades motoras contínuas - que são aquelas cujos pontos iniciais e finais são arbitrários e repetitivos por natureza (como correr com a bola até a cesta).
Desta forma, todo o processo de desenvolvimento das habilidades motoras perpassa por diferentes fases ao longo da vida de uma criança, podendo ser agrupadas nas denominadas fases do desenvolvimento motor. Entre elas, cita-se a primeira, denominada de - fase motora reflexiva - caracterizada por atividades voluntárias em que o feto reage a estímulos como a luz ou a alguma reação fisiológica/psicológica da mãe; subdividida em três subfases :
A primeira, a - codificação - ao reunir informações na busca por alimentos e proteção, a - decodificação - através dos estímulos sensoriais e o desenvolvimento do controle voluntário do movimento, em resposta às informações advindas do meio, e, noutra, já após o nascimento, a - rudimentar - que envolve as primeiras formas de movimentos necessários à sobrevivência, e que depende de fatores externos, e também se subdivide em outros dois sub-estágios: o sub-estágio de inibição dos reflexos - em que os movimentos são descontrolados e grosseiros, e o do - pré-controle - onde há a precisão e o início do controle sobre os movimentos.
Numa segunda fase do desenvolvimento motor, cita-se a - fase motora fundamental - onde são utilizados os reflexos de vivência motora da fase anterior, tendo como principais exemplos às habilidades locomotoras manipulativas e estabilizadoras, que iniciam pelas primeiras tentativas motoras da criança, e que perpassam pelo estágio elementar, com maior controle e coordenação rítmica, e, terminam num estágio maduro, através dos desempenhos eficientes, coordenados e controlados.
Na última fase do desenvolvimento motor, cita-se a - motora especializada - caracterizada no fato das habilidades locomotoras, manipulativas e estabilizantes estarem mais refinadas e se apresentarem em quatro períodos marcantes e já mais específicos para as possibilidades da prática desportiva do Basquetebol :
Primeiro, o período de transição de - 7 a 8 anos de idade - que combina habilidades motoras fundamentais relacionadas ao esporte, utilizando movimentos amplos e naturais. É nesta fase, que no Basquetebol, já se pode iniciar os processos de familiarização com o equipamento esportivo, a exemplo da bola (através do seu peso, rigidez, da sua capacidade de quicar, do seu tempo de vôo), da altura da cesta/distância, do tamanho da quadra e etc.
Noutro, o período de transição de - 8 a 10 anos de idade - utilizando-se dos jogos coletivos, a exemplo dos grandes jogos e das atividades pré-desportivas, observando-se espaço, regras e números de jogadores. Nesse momento, alguns conceitos, regras e fundamentos mais específicos do Basquetebol podem ser aprimorados, a exemplo de bater bola, driblar, passar, conduzir e arremessar, já contextualizados dentro dos objetivos do desporto.
O período de transição de - 11 a 13 anos de idade - que utiliza jogos regrados e estratégias, além de propiciar aos aprendizes a tomada de decisões, que no Basquetebol já envolve várias situações de jogo formal, de marcação, de confrontos, de posicionamentos, de colaboração, oposição e de organização tática.
E o período da transição permanente, que se dá de - 14 anos de idade em diante - utilizando-se do repertório motor adquirido por toda a vida. No Basquetebol, a partir deste período, é possível o desenvolvimento de todo um leque de movimentos adquiridos nas fases anteriores, acrescentando-se outros mais avançados e contextualizados, mas, que dependerão das aquisições iniciais do aprendiz.
Assim, após a abordagem dos estágios de desenvolvimento e das habilidades motoras, fica depreendido a necessidade de se levar em consideração a individualidade do sujeito que praticará o Basquetebol, dentro de suas potencialidades, e, nesse mesmo sentido, que se reconheça que a fase de desenvolvimento das habilidades motoras especializadas no desporto perpassa por três momentos complementares aos já supramencionados e discutidos (GO TANI, 2005). O que contextualiza toda a prática do desporto.
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Desenvolvimento da habilidade motora no Basquete
Editado por Dani Souto Esporte Educacional
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05:11
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